Na 5a. feira passada eu estava preparando o jantar, como de costume. Tive vontade de fazer batata frita. Panelinha no fogão, pouco óleo e poucas batatas, tudo dentro da normalidade. Mas, no momento que fui tirar as ultimas batatas da panela, esbarrei a mão no cabo da panela e foi!... a panela virou e o óleo fervente lavou minha mão, fogão, armário e chão da cozinha.
Chorei como criança... pela dor insuportável, por raiva do que eu havia feito e por ver a cozinha naquela situação lastimável...
Mas, antes de tudo isso, dei Graças a Deus por ter criado o habito de deixar o Davi sempre fora da cozinha. Nunca ele vem para dentro da cozinha, fica no carrinho no corredor, do lado de fora.
Como eu disse, acidentes simplesmente acontecem... eu não me perdoaria jamais se uma só gotinha de óleo tivesse caído sobre ele pois a dor que senti foi indescritível... doeu de verdade!
Com isso, pensando nas caixinhas de surpresas que são nossas casas e nas situações de perigo que passam imperseptíveis aos nossos olhos, quis escrever para nos ajudar a pensar um pouco mais sobre esse tema para que tomemos ainda mais cuidado com os nossos tesourinhos.
Acidentes domésticos com
crianças
Manuela
Macagnan (24.01.2012)
A maioria
dos episódios acontece dentro de casa e os mais comuns são queimaduras, quedas,
afogamentos e intoxicações. Evite essas situações e aprenda a acudir seu filho,
se necessário.
1. Qual a
fase em que as crianças se machucam mais?
Criança
se machuca o tempo todo: caminha, tropeça, corre, cai, bate a cabeça, mas, de
acordo com o pediatra Luiz Carlos Carvalho das Neves, “elas se machucam mais
quando começam a se movimentar sozinhas, ou seja, no período que aprendem a
engatinhar e caminhar”. Isso não quer dizer que os bebês estejam a salvo. E
quedas nessa fase podem significar ferimentos graves: “Muitas vezes, os adultos
acham que o bebê é pequeno demais para se mexer e o coloca deitado na cama sem
uma barreira de proteção”, completa Neves. O tipo de acidente, no entanto, muda
de acordo com a idade dos pequenos.
2. As
crianças podem ser influenciadas por histórias infantis e desenhos animados e
achar que podem voar como um super-herói?
“As
crianças de até 8 anos costumam fantasiar, imaginar situações e criar um mundo
de faz de conta em suas brincadeiras. Sendo assim, o real e o imaginário se
confundem e, muitas vezes, elas não percebem que estão em perigo. O ideal é que
o pais fiquem atentos e busquem alternativas de segurança, como telas de
proteção e travas. Além disso, sempre que presenciarem uma situação que envolva
risco para a criança, devem chamá-la para conversar e, com muita paciência,
auxiliá-la a discernir o real do fantasioso, como explicar que o super-homem
não voa de verdade”, orienta a psicóloga Isis Pupo, de São Paulo.
Isso não
quer dizer que a criatividade das crianças precisa ser censurada. “A fantasia,
a imaginação e a criatividade são extremamente importantes e saudáveis para o
desenvolvimento psíquico. Os pais não devem reprimir as fantasias do filho
porque é com o brincar que a criança se expressa, aprende a enfrentar
problemas, ensaia e consegue buscar soluções para o mundo e para angústias
reais”, completa Isis.
3. Com
que idade as crianças começam a ter noção do perigo?
“Com 1
aninho, o bebê já sabe o que é não. Se os pais explicaram que não pode colocar
o dedo na tomada, por exemplo, ele sabe que não pode, mas isso não impede que
ele tente mesmo assim”, alerta a pediatra Márcia Sanae Kodaira, de São Paulo.
“Por volta dos 4 ou 5 anos, as crianças começam a ter discernimento do que pode
machucar ou não, mas cabe aos pais orientar”, completa Luiz Carlos Carvalho das
Neves, pediatra do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo. Portanto,
vale lembrar: o melhor é sempre prevenir, orientar e não deixar a criança sem
vigilância.
4.
Adianta deixar a criança se machucar para aprender o que é perigoso?
“Não, de
forma alguma. Não é assim que se ensina. Uma conversa é muito mais eficaz do
que a dor”, enfatiza Roberto Tozze, pediatra do Instituto da Criança do
Hospital das Clínicas de São Paulo.
5. Quais
são os acidentes mais comuns com crianças de até 6 anos?
“Em bebês
de até 1 ano, as lesões acontecem por: queda (do berço, do trocador, do
carrinho), asfixia (cobertores ou por aspirar alguma peça pequena de brinquedo)
e queimadura (água do banho ou quando a mãe está tomando café quente com a
criança no colo, por exemplo, e derruba a bebida). Com crianças de 2 a 4 anos,
o acidente mais comum é a queda. Elas engatinham ou andam e, por isso, escadas
passam a ser um grande risco. Outra lesão que poderia ser evitada são os tombos
do carrinho de supermercado. Os pais deixam a criança sentada no carrinho, se
viram para pegar alguma coisa que tenha faltado e, pronto, já foi tempo
suficiente para o pequeno ficar em pé e cair. Normalmente, é uma queda bem feia
porque é alta e o chão do supermercado é bem duro. Já tivemos caso de
traumatismo craniano no pronto-socorro por causa de quedas assim”, alerta a
pediatra Márcia Sanae Kodaira, coordenadora médica da unidade de emergência e
internação do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.
6. Um
estudo do Ministério da Saúde mostra que 91% das queimaduras em crianças
ocorrem em casa. Como os pais podem avaliar se a queimadura pode ser tratada em
casa ou requer assistência médica?
Os pais
não têm condições de avaliar se a queimadura é de primeiro, segundo ou terceiro
grau. “Se o local ficar muito vermelho ou com bolhas, ligue para o pediatra
para receber orientação”, explica a pediatra Márcia Sanae Kodaira. Quando o
acidente for mais grave, com panelas e líquidos quentes, por exemplo, leve a
criança para o pronto-socorro.
7. As
crianças batem a cabeça com bastante frequência. Isso pode ser prejudicial?
Como saber se é necessário correr para o hospital?
“As
crianças batem a cabeça o tempo todo! Se for um trauma leve, os pais precisam
apenas observar. Se ficar um galo, vale colocar uma compressa fria ou gelo
enrolado em uma toalha – não coloque o gelo diretamente em contato com a pele
do pequeno porque queima”, orienta a pediatra Márcia Sanae Kodaira,
coordenadora médica da unidade de emergência e internação do Hospital Santa
Catarina, de São Paulo.
8. Quanto
tempo deve durar essa observação? E o que os pais precisam analisar nesse
período?
“É
importante observar a criança nas primeiras 24 horas. Se ela vomitar ou ficar
com sonolência além do normal, é necessário ligar para o pediatra. Mas mantenha
a calma para observar porque uma criança que chora demais, às vezes, vomita. E,
além disso, depois de chorar muito, cansa e quer dormir. É necessário
distinguir o sono normal do pequeno. Quando a mãe chama e a criança não
responde, ou abre os olhinhos e logo fecha novamente, pode significar uma
lesão. Caso a criança perca a consciência, deve ser levada imediatamente ao
pronto-socorro”, explica a pediatra Márcia Sanae Kodaira.
9. Com o
que uma criança é capaz de se intoxicar?
O
envenenamento é a quinta causa de hospitalização por acidentes com crianças de
1 a 4 anos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2007, 5.013 crianças de até 14
anos foram hospitalizadas vítimas de intoxicação. “Acidentes assim acontecem
porque a criança ingere produtos de limpeza e medicamentos. Por isso, é tão
importante manter esses produtos em armários fechados a chave, impedindo o
acesso pelos pequenos. E lembre-se de manter os produtos de limpeza em sua
embalagem original, não coloque em garrafas de refrigerante, por exemplo,
porque tende a chamar mais a atenção dos pequenos curiosos”, explica Luiz
Carlos Carvalho das Neves, pediatra do Hospital Beneficência Portuguesa, de São
Paulo. Caso, mesmo com as precauções, a criança ingira produtos perigosos, pegue
a embalagem e corra com a criança para o pronto-socorro. “Não force o vômito
porque a substância causará danos ao descer e ao voltar. E não adianta dar
leite nem água. Leve-a para o hospital”, enfatiza Márcia Sanae Kodaira,
pediatra e coordenadora médica da unidade de emergência e internação do
Hospital Santa Catarina, de São Paulo
PREVENÇÃO:
elimine as armadilhas da sua casa
No quarto
O quarto
do bebê deve ser um lugar absolutamente seguro, sem nada que possa machucar.
Lembre-se de diminuir a altura do berço conforme a criança cresce – em geral
eles têm três níveis e, quanto maior a criança, mais fundo deve ser o berço
para que ela não pule ou caia.
No
banheiro
As crianças
são muito rápidas. Alguns segundos de distração são o suficiente para causar um
acidente que pode ser fatal. Por isso, o melhor ainda é prevenir. Antes de
começar a trocar o bebê ou dar banho, tenha tudo ao alcance das mãos. Nunca
deixe a criança sozinha em cima de trocadores e banheiras, nem por um segundo.
E, quando ela já for grande o suficiente para tomar banho de chuveiro, coloque
um tapete de borracha próprio para boxes. Os azulejos molhados se tornam
extremamente escorregadios e a criança pequena, muitas vezes, não tem
coordenação nem equilíbrio apurados para evitar a queda.
Nas
tomadas elétricas
Coloque
proteção em todas as tomadas. São fáceis de encontrar e evitam graves
acidentes. As crianças não têm discernimento para saber o que machuca, portanto
você pode dizer para ela não colocar o dedinho na tomada, mas isso não vai
impedir que ela tente mesmo assim.
Na
cozinha
A
pediatra Deborah Malta, coordenadora do Departamento de Análise de Situação de
Saúde do Ministério, salienta que “entre as principais causas de queimaduras em
crianças estão as provocadas por contato com substâncias quentes (líquidos,
alimentos e água quente). Em seguida, as queimaduras causadas por fogo ou chama
e objetos quentes”. Portanto, mantenha a criança longe da cozinha – vale usar
grades para impedir a passagem – e, caso isso não seja possível, não beba
substâncias quentes com bebês no colo, não deixe o pequeno chegar perto do
forno e mantenha o cabo das panelas virado para dentro do fogão para impedir
que mãozinhas curiosas puxem recipientes ferventes.
Na
lavanderia
Produtos
de limpeza devem ser mantidos em armários trancados. Além disso, mantenha-os em
suas embalagens originais. Colocá-los em garrafas de refrigerante, por exemplo,
pode aumentar a curiosidade da criança.
Na
piscina
Mantenha
a piscina inacessível para as crianças. Coloque grades de proteção e oriente o
pequeno sobre o perigo. Lembre-se de que as capas sobre a água não impedem que
a criança caia e se afogue.
Janelas e
escadas
Use telas
de proteção em todas as janelas. Mesmo as crianças bem pequenas são capazes de
empurrar uma cadeira para perto da janela e cair. Se a sua casa tiver escadas,
invista em grades de proteção porque uma queda pode ser grave.
Medicamentos
Nunca se
refira a um medicamento como doce, pois isso pode levar a criança a pensar que
não é perigoso ou que é agradável de comer. “Como as crianças tendem a imitar
os adultos, evite tomá-los na frente delas”, alerta a ONG Criança Segura.
EMERGÊNCIA: o que fazer em caso de acidentes
1. Se o bebê colocar o dedo na tomada
“Se ele estiver só chorando, não aconteceu nada grave. Mas, se desmaiar, leve-o para o hospital. É muito importante prevenir acidentes assim porque um choque pode causar uma parada cardíaca em um bebê”, alerta a pediatra Márcia Sanae Kodaira, coordenadora médica da unidade de emergência e internação do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.
2. Se a criança ingerir produtos de limpeza
“Pegue a criança e a embalagem do produto e corra para o pronto-socorro. No caminho, ligue para o pediatra ou para o centro de controle de intoxicações. Não adianta dar leite nem água e nunca force o vômito, pois o produto queima na ida e na volta”, esclarece a pediatra Márcia Sanae Kodaira.
3. Se a criança puxar uma panela e tiver queimaduras graves
A pediatra Márcia Sanae Kodaira, coordenadora médica da unidade de emergência e internação do Hospital Santa Catarina, de São Paulo, explica: “Coloque a área queimada na água fria e leve a criança para o hospital. Não passe nenhum produto, como pasta de dente, pois eles atrapalham o atendimento quando a criança chega ao pronto-socorro”.
4. Se a criança ingerir medicamentos
“Mantenha a calma e veja o que ela ingeriu e em qual quantidade. Pegue a embalagem do produto e vá com a criança para o hospital. Não force o vômito porque, dependendo do que foi ingerido, o pequeno pode perder a consciência ou ficar sonolento e aspirar o vômito”, ensina Roberto Tozze, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.
5. Se o bebê comer o coco do gato ou o vômito do cachorro
“Isso normalmente acontece com bichos que são da casa, ou seja, estão vacinados e tomam vermífugo. Observe se a criança tem diarreia ou vomita e avise o pediatra. Não é necessário forçar o vômito. Esses casos são mais nojentos do que perigosos”, ensina a pediatra Márcia Sanae Kodaira, coordenadora médica da unidade de emergência e internação do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.
6. Quando a criança bate a cabeça
Avalie se foi só mais uma pancada ou se foi um trauma sério. Se a criança vomitar ou perder a consciência, corra para o pronto-socorro.
7. Se a criança for mordida pelo cachorro de estimação
“A boca dos animais é cheia de bactérias, por isso leve o pequeno para o pronto-socorro. Mesmo que não precise suturar, é importante limpar o local e receber a orientação médica”, indica a pediatra Márcia Sanae Kodaira, coordenadora médica da unidade de emergência e internação do Hospital Santa Catarina, de São Paulo.
8. Se a criança cair e quebrar um dente
“Faça uma compressa com algodão ou gase para estancar o sangue e procure um especialista. Mesmo os dentes de leite precisam de atenção e reparos, embora alguns pais pensem que podem simplesmente deixar para lá”, aconselha Roberto Tozze, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.
9. Se a criança cair na piscina e beber muita água
“Se a criança caiu, se assustou e saiu chorando, está tudo bem. Se ela bebeu um pouco de água, é só observar em casa mesmo, fazer ela se acalmar, ver se está respirando direitinho. Lógico que, com o susto, a criança fica ofegante, por isso tenha calma. Se ela bebeu muita água ou perdeu a consciência, é necessário fazer a respiração boca a boca e começar as manobras de ressuscitação”, ensina a pediatra Márcia Sanae Kodaira.
DICA: Tenha na porta da geladeira os telefones para casos de emergência, como contato do pediatra, do hospital mais próximo e do Centro de Controle de Intoxicações de sua cidade.
Fonte: http://bebe.abril.com.br/materia/acidentes-domesticos-com-criancas?pw=3
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